domingo, 15 de junho de 2008

O que é o amor?


Ainda não vivi algo que pudesse dar o nome de um grande amor, talvez porque pondero demais, racionalizo os relacionamentos e, quando me apego a alguém, não vejo outra explicação para o “amor” que não seja a conveniência.

Quando me é conveniente e conveniente aos dois, nos unimos e eliminamos nossas libidos assim, a dois. Na troca de afetos, carícias e sexo; acabamos sempre em nosso individual gozo.

Uma troca! Ela me serve o café e eu preparo o jantar. Compartilhamos a graça de uma piada, dividimos a conta do supermercado e preenchemos, um com o outro, os espaços vazios que os domingos em fim de tarde colocam em nós e se acaso estivéssemos a sós com ainda mais afronta.

Não sei se é de uma frieza anti-romântica que padeço, mas sou muito apegado as sentimentalidades, eu até choro em comédias românticas. O que acontece é que, quanto a mim, só há uma equalização, um equilíbrio que estabeleço entre eu e o outro e, quando esse equilíbrio me é conveniente, me apego e me apaixono.

Penso seriamente que, na verdade somos todos assim, o amor é uma máscara que usamos para velar a solidão, desconfio que esse amor que toca nos rádios, que passa nos filmes é um contrato que duas pessoas estabelecem para amenizar a culpa de se usarem uns aos outros.

Não sei classificar esse meu argumento como uma lucidez esclarecida das coisas ou como a ignorância de quem ainda não se deparou com o autêntico significado dessa palavra encantada e de encantamento chamada amor.

Nenhum comentário: