quinta-feira, 26 de junho de 2008

Riscos


A vida é muito louca mesmo, por não conhecermos o script dessa história acabamos tendo de tomar decisões que na maioria das vezes implicam num risco. O que é a loucura da vida se não esse risco, a incerteza, a imprevisibilidade? Las Vegas, pois, é o entretenimento que imita a vida, o risco que se corre numa aposta no escuro. Ganhar ou perder esse é o jogo. Um jogo sem regras, afinal, se há regras, são ilusões que criamos para suportarmos o improvável da nova rodada.
“Na louca vida o recuo é necessário para um grande salto, um crescimento.”
A liberdade de alguém é mensurada pelas possibilidades de escolhas que tem, pelas cartas na mão. Escolhas implicam em riscos. Vou apostar alto no risco, vou abrir mão de um emprego público seguro, estável, mas de tão estável está me estagnando, criando ranços, embrutecimentos. Não vejo possibilidade de crescimento intelectual ou profissional neste trabalho e se, atualmente, sinto prazer nessa função é puramente por conta do salário que recebo ao fim de cada mês e pelas possibilidades de escolha que o dinheiro é capaz de nos proporcionar.

Quando um atleta pretende um grande salto ele recua. Na louca vida o recuo é necessário para um grande salto, um crescimento. No início do próximo mês completarei 24 anos, olho do retrovisor do carro aquele menino, aquele adolescente. Eles acenam, são as memórias de outras épocas.

O homem que estou construindo exige mais de mim, exige tomada de decisão e se as escolhas serão acertadas, só o tempo a dizer. A vida é um pôquer, tenho boas cartas na mão, vou jogar. Na mesa enfumaçada, na embriaguez de um cowboy doze anos, só há uma certeza: a vida é muito louca mesmo.

Thiago Eugênio

Um comentário:

Salvador disse...

Olá Thiago,
Ao entrar no seu orkut para parabenizá-lo pelo seu aniversário vi que possuia um blog e resolvi entrar. Gostei muito dos seus textos, em especial os que falam sobre a educação municipal. Também partilho de sentimentos similares, por trabalhar numa creche da rede e perceber o quão pobre é a educação para o 'pobre'. Mas o que fazer com essa situação? Sempre me pergunto sobre isso, e também já pensei em largar meu emprego, mas algo, além do dinheiro (que é bem vindo), me mantém lá. Você realmente está querendo sair? Repense essa questão. Sei que a rede precisa muito de profissionais críticos como você! Acho que o que me mantém e motiva a trabalhar na creche são alguns profissionais que percebo que se dedicam muito para fazer algo além da assistência. Sei que você é um desses profissionais! Se não for por você fique pela rede, ou, se não for pela rede fique por você! Mas fique! desde já peço desculpas por me intrometer numa decisão tão pessoal.